terça-feira, 29 de julho de 2008

Barreiras Invisíveis


“Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” - João 8:36.

Ela ficou ali parada, me olhando assustada, eu podia sentir seu medo, uma respiração ofegante mostrava que ela estava cansada de lutar tentando escapar. Não sei de onde veio ou como entrou. Talvez nem ela mesma soubesse, quem sabe estava pensando: “Como vim parar aqui? Por que não tomei cuidado?”. Mais um vôo, mais uma tentativa e, nada! Parecia não haver saída. Fiquei ali sentado, olhando para ela e pensando: “eu poderia ajudá-la, mas como? Ela tem medo de mim!”.
Pondo-me no lugar dela, acredito que também teria medo. Aquela pequena andorinha estava presa dentro do templo há muito tempo. Na verdade eram duas. A primeira que vi, assim que abri a janela, partiu sem hesitação, voou rumo à liberdade, não teve medo de mim, parecia até saber que eu estava ali para ajudá-la. Mas, a outra estava muito assustada, acredito que estava presa há mais tempo, percebia-se por seu cansaço. Foram muitas decepções, muitas tentativas frustradas, talvez agora estivesse com medo da própria liberdade, medo de correr riscos, afinal, por diversas vezes havia se lançado contra o vidro da janela. Ela podia ver o lado de fora, sabia o que queria, mas aquela barreira invisível a prendia do lado de dentro. Agora, com a janela aberta, só seu medo a aprisionava, o medo de tentar novamente. “Será mesmo que ele quer me ajudar?”.
Isso me fez refletir na vida, pois às vezes me sinto aprisionado por paredes invisíveis que me impedem de voar rumo à liberdade, sei o que quero, vejo para aonde quero chegar, mas, muitas vezes tenho medo de voar. Já se sentiu assim? Preso por paredes invisíveis? Elas nos dizem o tempo todo: “o que vão dizer os outros? Está fora da moda! Todo mundo faz assim! E se não der certo? O que vão pensar de mim?”...
Decepção com um relacionamento, a separação ou o divórcio, uma traição, a perda de um emprego, de alguém que se ama, o fracasso, os erros, o sofrimento, a solidão, entre outros, podem se tornar paradigmas, barreiras invisíveis que nos impedem de tentarmos novamente, de sermos diferentes, inovadores, correr riscos, confiar nas pessoas, confiar no que Deus está nos dizendo, seguir os sonhos... – Na verdade um sonho não tem muito sentido, parece estar além de nosso alcance. Por isso que para muitos são apenas sonhos. Mas, aqueles mais corajosos, que realmente acreditaram e partiram em busca de seus sonhos, descobriram que as barreiras podem ser transpostas.
A barreira do medo, da vergonha, da baixa auto-estima, dos preconceitos, do pensamento alheio, da preocupação, da incompreensão... Fazem muitas pessoas desistirem do que querem, do que acreditam, alguns desistem até de Deus.
A bíblia nos dá uma maravilhosa definição do que é fé: “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se vêem” (Hb 11:1). Somente pela fé conseguiremos transpor essas barreiras que foram criadas em nossas vidas, Deus te convida a segui-lo por um novo e vivo caminho (Hb 10:20). Ele está abrindo a janela para que você possa voar, sem medo do novo, “olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus.” (Hb 12:2).

Desfrute desta liberdade no Espírito e siga em frente, Deus te conduzirá!

“Ora, o Senhor é o Espírito; e onde está o Espírito do Senhor aí há liberdade” - 2Co 3:17.
Ev. Elias G. Codinhoto.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Escravos da Ignorância

“Ele disse ao seu povo: Eis que o povo dos filhos de Israel é mais numeroso e mais forte do que nós”.
Êxodo 1:9

A bíblia nos relata que os hebreus eram mais fortes que os egípcios (v.9), e os egípcios os temiam (v.12), no entanto os egípcios os escravizaram (v.14), pois os hebreus desconheciam sua própria força.
Vocês já viram como os indianos domam os grandes elefantes conduzindo-os onde querem e fazendo que trabalhem para eles? – Os elefantes, quando filhotes, são amarrados pela pata a uma arvore e depois de diversas tentativas desistem de escapar, quando crescem, podem ser amarrados por uma fina corda a uma estaca no chão. Eles possuem grande força, mas não sabem, por isso se tornam escravos dos homens. Da mesma maneira satanás tem dominado sobre muitos que desconhecem a força que possuem. No livro de Números encontramos o povo de Israel parado e temeroso, diante da terra prometida, pois os espias relataram que o povo que habitava ali era poderoso (Nm 13:27-33). Calebe porém, creu que poderiam conquistar a terra, ele tinha visto os gigantes e as cidades fortificadas, tudo que os outros espias viram, mas Calebe viu algo mais, ele viu o Senhor enviar as pragas no Egito, a coluna de fogo no deserto, o mar vermelho se abrir, o exercito de faraó se afogar no mar, o maná cair do céu e água brotar da rocha. Isso nos faz lembrar de Eliseu, quando seu moço viu a cidade cercada pelo exército inimigo; e disse: “Ai! Meu senhor! Que faremos?” O profeta respondeu: “Não temas, porque mais são os que estão conosco do que os que estão com eles”. Orou Eliseu e “o Senhor abriu os olhos do moço, e ele viu que o monte estava cheio de cavalos e carros de fogo, em redor de Eliseu” (2Rs 6:15-17).
Talvez, o inimigo esteja te oprimindo com uma enfermidade, problemas no seu lar, intrigas, desemprego, ou você está lutando contra um pecado que parece ser mais forte que você. “Não temas, porque mais são os que estão conosco do que os que estão com eles”. Se você não consegue ver, peça ao Senhor que lhe abra os olhos, como fez com o moço de Eliseu, e você verá!
Enquanto o povo de Israel temia (Nm 13), veja o que diziam os inimigos: “...Bem sei que o Senhor vos deu esta terra, e que o pavor que infundis caiu sobre nós, e que todos os moradores da terra estão desmaiados. Porque temos ouvido que o Senhor secou as águas do mar Vermelho diante de vós, quando saíeis do Egito; e também o que fizestes aos dois reis dos amorreus, Seom e Ogue, que estavam além do Jordão, os quais destruístes. Ouvindo isto, desmaiou-nos o coração, e em ninguém mais há ânimo algum, por causa da vossa presença; porque o Senhor, vosso Deus, é Deus em cima nos céus e embaixo na terra” (Js 2:8-11).
O inimigo está desmaiando diante de ti, já não tem ânimo, pois ele sabe que o Senhor “é Deus em cima nos céus e embaixo na terra”. Calebe continuou com a mesma fé, e após quarenta anos viu a terra ser conquistada, ele estava com oitenta e cinco anos, e a palavra nos diz que ele não perdeu a sua força e vigor (Js 14:10-11), pois não confiou em si mesmo, mas confiou no Senhor!
Não seja escravo da ignorância, Jesus já nos libertou (Jo 8:36), fomos comprados por sangue, o preço já foi pago e não devemos nada ao inimigo, creia na vitória!

“...e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. João 8:32

Ev. Elias G. Codinhoto.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Corvos, Viúvas e Anjos.


1 Reis 17:4 Beberás da torrente; e ordenei aos corvos que ali mesmo te sustentem.
1 Reis 17:9 Dispõe-te, e vai a Sarepta, que pertence a Sidom, e demora-te ali, onde ordenei a uma mulher viúva que te dê comida.
1 Reis 19:5 Deitou-se e dormiu debaixo do zimbro; eis que um anjo o tocou e lhe disse: Levanta-te e come.

Um vulto negro percorre o céu e pousa junto ao profeta. Todos os dias que Elias esteve às margens do ribeiro era essa sua visão, o obediente corvo trazia-lhe mantimentos.
A raiz da palavra “corvo” no hebraico significa: anoitecer, escurecer. Já no grego, a mesma palavra significa: saciar, satisfazer. Isso nos lembra do salmo 30:5b que diz: “Ao anoitecer, pode vir o choro, mas a alegria vem pela manhã”. O corvo é principalmente necrófago (come carniça), mas também mata pequenas aves e mamíferos, numa dieta que inclui ainda ovos, caracóis e cereais, ataca lavouras e é considerada uma ave imunda (Lv 11:15). Na mitologia, os corvos são vistos geralmente como portadores de maus presságios, devido à sua plumagem negra e hábitos necrófagos. É interessante que Deus o utilize como exemplo de seu cuidado com os homens (Jó 38:41, Sl 147:9). Em Lucas 12:24 Jesus diz: “Observai os corvos, os quais não semeiam, nem ceifam, não têm despensa nem celeiros; todavia, Deus os sustenta. Quanto mais valeis do que as aves!” Deus tem a maravilhosa capacidade de transformar maldições em bênçãos, situações difíceis que nos sobrevém se tornam em experiências de cuidado em meio à escuridão, Deus usa coisas imundas para revelar sua graça (At 10 e 11), coisas que não são, para reduzir a nada as que são (1Co 1:28).
Quando Ele enviou o profeta à casa da viúva, Elias poderia ter pensado: “está viúva devia ter um marido rico, alguém que possui muitos bens”, mas ao chegar lá, se depara com uma mulher pobre e desamparada. É interessante a maneira que Deus trabalha, usando pessoas para suprir pessoas, a viúva pobre cuida de Elias, e ele é o canal de bênçãos para que não lhe falte nada. “Da panela a farinha não se acabou, e da botija o azeite não faltou, segundo a palavra do Senhor, por intermédio de Elias”. (1Rs 17:16)
Fugindo de Jezabel, o profeta acreditava que tudo estava perdido, era como se sua luta tivesse sido em vão, sem esperança pede a morte e exausto adormece debaixo de uma arvore; mas é despertado por um anjo que o alimenta (1Rs 19:5). Por muito tempo esperei uma experiência assim, ver um anjo, ou ouvir a voz de Deus entre as nuvens, buscava uma experiência intima com Deus, acreditava que Deus queria se revelar a nós dessa forma. Nunca tive tal experiência, aprendi a me relacionar com Deus e sentir seu cuidado através das pessoas. Hoje sei que essa é a maneira que Deus escolheu para se relacionar com o homem, por isso a igreja é o corpo de Cristo (1Co 12:27), ele é o cabeça e nós somos o corpo, Deus quer realizar através de nós. Isso é maravilhoso, Deus poderia fazer tudo sozinho, mas Ele se agrada em repartir conosco sua obra, sendo Deus dono do ouro e da prata poderia financiar seu reino de uma maneira sobrenatural, mas é por meio de “viúvas” que faz isso (Mc 12:42). Deus pode usar corvos e anjos para nos socorrer, mas Ele prefere usar pessoas. Podemos resumir o cuidado de Deus nestas palavras: “uns aos outros”.

João 13:35 Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros.
Ana & Toni, Ev. Elias G. Codinhoto.

Contradiga

“Forjai espadas das vossas enxadas, e lanças das vossas foices; diga o fraco: Eu sou forte”.
(Joel 3.10)
Diga o fraco: eu sou forte. Diga o pequeno: eu sou grande. Diga o cansado: tenho forças. Diga o pobre: eu sou rico. Diga o necessitado: tenho tudo. Diga o preso: eu sou livre.
Vamos, experimente, diga, contradiga, você consegue, não é tão difícil assim...
Diga o covarde: sou corajoso. Diga o aflito: tenho paz. Diga o caído: estou de pé. São palavras divinas, palavras proféticas, é a maneira de Deus fazer as coisas.
Não são simples palavras ou gestos. Observe que ele não diz: “Diga o fraco eu não sou fraco”. Isso seria mentir. Mas, somos desafiados a assumir a posição de filhos de Deus e fazer o que Ele faz, Romanos 4:17 diz: “... o Deus que vivifica os mortos e chama à existência as coisas que não existem”. Vamos, creia, comece a profetizar sobre sua vida e sobre sua família, contradiga, não aceite o fracasso, Deus já nos tem feito mais que vencedores em Cristo Jesus (Rm 8:37). “Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes; e Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são” (1Co 1:27-28).
“Diga o fraco: eu sou forte”. Mas como dizer? Devemos sair gritando por ai? Percebemos o mundo através dos nossos sentidos (audição, visão, tato, olfato e paladar), devemos dizer de maneira que as pessoas percebam:
Audição: no bom dia aos colegas de trabalho, não diga um bom dia chocho e sem vida, mas aquele bom dia que no tom de sua voz transmita “eu sou forte”, faça comentários do tipo: “Que lindo dia!”, “Esse será o melhor dia de minha vida”; diga isso a si mesmo, diga assim que acordar: “terei um dia muito abençoado por Deus”, diga a sua imagem no espelho: “você é mais que vencedor”. Experimente, ouse, diga palavras que abençoe outras pessoas.
Visão: as pessoas observam mais seus gestos do que suas palavras, diga “eu sou forte” em sua postura física, não ande prostrado ou de cabeça baixa, mas ande ereto, levante a cabeça, não de forma que pareça arrogância, mas mostre que é forte e passe esse entusiasmo, se arrume.
Tato: transmita num aperto de mão firme coragem a alguém, não negue um abraço, você nem imagina o quanto podemos transmitir em um abraço. Um amigão meu (Luizão) fez questão de comentar comigo sobre um abraço que lhe dei, ele me disse que aquele abraço transmitiu-lhe algo muito bom. Já vivi momentos difíceis em que os amigos me disseram muito apenas com abraços. Não negue um toque, dê carinho às pessoas que ama. Humm! Como é bom um cafuné! Só tome cuidado de respeitar a quem prefira não ser tocado.
Olfato: que tal um bom perfume, nada exagerado é claro. Como é bom conversarmos com os dentes bem escovados, cabelos bem lavados. Podemos transmitir muito através dos odores. Experimente passear em um parque pela manhã, sinta o cheiro das flores, das arvores, afinal, Deus deu cheiro à natureza só para que pudéssemos apreciá-lo. Como é bom quando chegamos em casa ou em um restaurante, e logo sentimos o cheiro gotoso da comida.
Paladar: falando em cheiro de comida, como é bom comermos algo que gostamos, principalmente as guloseimas. Permitam-me dar uma dica aos namorados e esposos, as que estão em regime que me perdoem, mas dê a suas companheiras uma caixa de bombom, daqueles que vale a pena quebrar o regime para comer. E que tal as esposas prepararem aquele prato que ele ama. Divida com alguém, não coma sozinho, você nem faz idéia de quanta gente precisa de “pão”, contribua com a assistência social, traga seu quilo de alimento aos cultos, planeje com seu FAPE a ajudar alguém necessitado, vamos dizer “somos fortes” além das palavras.
Diga ao fraco: eu te ajudo. Diga ao caído: se levante. Diga ao solitário: vamos juntos. Diga ao pobre: eu te dou. Diga ao necessitado: conte comigo. Diga ao magoado: me perdoe!

“A morte e a vida estão no poder da língua; o que bem a utiliza come do seu fruto” (Pv 18:21)
Juliana Clemente e Ev. Elias G. Codinhoto.

Momentos de Crise

Passando o rei de Israel pelo muro, gritou-lhe uma mulher: Acode-me, ó rei, meu senhor!
Ele lhe disse: Se o SENHOR te não acode, donde te acudirei eu? Da eira ou do lagar?
Perguntou-lhe o rei: Que tens? Respondeu ela: Esta mulher me disse: Dá teu filho, para que, hoje, o comamos e, amanhã, comeremos o meu. Cozemos, pois, o meu filho e o comemos; mas, dizendo-lhe eu ao outro dia: Dá o teu filho, para que o comamos, ela o escondeu.
(2 Reis 6:26-29)

Momentos de crises: Samaria passava por um momento de crise, a cidade estava cercada pelo exército da Síria, havia grande fome em Samaria (v 25), as prateleiras de mantimentos estavam completamente vazias, a fome apertava, o estomago roncando, a mãe vai amamentar seu filho, mas não tinha leite. Olha para sua amiga com seu filho nos braços, a criança chorava muito, nunca antes passaram por tamanha dificuldade. Então veio o plano, comer seus filhos, ou melhor, seduzir sua amiga para matar e comer o filho dela, com o engano de no dia seguinte oferecer o seu. Porém, de barriga cheia a história é outra.
Quantas mães hoje ainda matam seus filhos, em momentos crise? Algumas matam literalmente, outras matam com palavras e ações. Quantas mães no Nordeste brasileiro entregam suas filhas para prostituição, outras vendem seus filhos como se fossem mercadorias? Quantos são feridos em momentos de neurose, estresse, raiva, etc.?
Muitos casamentos foram desfeitos por palavras ditas em momentos de crise, filhos que abandonam o lar por precipitações dos pais, amizades apagadas para sempre, quantos traumas foram causados por pessoas que não souberam atravessar a crise?
Durante a crise, a mulher de Jó se precipita diz: “Ainda conservas a tua integridade? Amaldiçoa a Deus e morre”. “Mas ele lhe respondeu: Falas como qualquer doida; temos recebido o bem de Deus e não receberíamos também o mal? Em tudo isto não pecou Jó com os seus lábios” (Jó 2:9-10). A maneira que reagimos aos momentos de crise pode trazer conseqüências terríveis e irreversíveis. O que diríamos de Jó, se ele tivesse seguido o conselho de sua mulher? Será que estaríamos falando sobre ele hoje? Muitas pessoas querem nos aconselhar em momentos de crise, ouvimos muitas sugestões, mas, muito cuidado, fique atento para ouvir somente o conselho de Deus, há muitas mulheres de Jó para nos aconselhar o mal. Se essas mulheres tivessem recursos suficientes, fariam tais coisas?

Depois da crise: “Então, disse Eliseu: Ouvi a palavra do SENHOR; assim diz o SENHOR: Amanhã, a estas horas mais ou menos, dar-se-á um alqueire de flor de farinha por um siclo, e dois de cevada, por um siclo, à porta de Samaria. [...] Assim se cumpriu o que falara o homem de Deus ao rei: Amanhã, a estas horas mais ou menos, vender-se-ão dois alqueires de cevada por um siclo, e um de flor de farinha, por um siclo, à porta de Samaria” (2 Reis 7:1, 18). Fico imaginando aquela mãe, dois dias depois de matar o filho. Com a mesa repleta de alimentos e seus seios fartos de leite não pode esquecer-se de seu filho, a crise passou, mas os danos são irreversíveis. Uma decisão precipitada pode nos levar a uma catástrofe.
A ira se foi, o desemprego já não existe, a briga terminou, passou a fome, é ora de analisar os prejuízos, será que valeu a pena? Como seria se tivesse agido com cautela?

Sempre teremos momentos de crise em nossa vida: “Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” (Jo 16:33). “Muitas são as aflições do justo, mas o SENHOR de todas o livra” (Sl 34:19). As crises sempre estarão presentes, elas vêm e vão, devemos nos precaver.
Eu acreditava que atitude era como reagíamos a determinadas circunstancias, mas, segundo a Psicologia Social: “Nós não tomamos atitudes (comportamento, ação), nós desenvolvemos atitudes (crenças, valores, opiniões) em relação aos objetos do meio social. Ou seja: a ação em si não é a atitude, pois ela foi definida antes da ação, pois mesmo o não fazer nada em determinadas situações já é uma atitude. O importante é saber que: “Nossas atitudes podem ser modificadas a partir de novas informações, novos afetos, novos comportamentos ou situações”. Esta mensagem, por exemplo, pode mudar suas atitudes.

Atravessando a crise:
  • Primeiro: Em momentos de crise, é importante saber que: “a crise sempre passa” Salmos 30:5 Porque não passa de um momento a sua ira; o seu favor dura a vida inteira. Ao anoitecer, pode vir o choro, mas a alegria vem pela manhã. 1 Coríntios 10:13 Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar. Devemos entrar na crise já sabendo que ela vai passar, se não sabemos o que fazer, o mais sensato é esperar a crise passar, não tome decisões apressadas, não se desespere nem perca a esperança, não pule do avião que esta caindo, espere pelo pouso, ainda que seja um pouso forçado, confie no piloto.
  • Segundo: (Romanos 8:28) “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito”. O texto não diz: “Deus faz que tudo saia da forma que eu quero”. É lógico que isso não é verdade. Também não diz: “Deus faz que tudo na terra acabe com final feliz”. Isso também não é verdade. Conforme Rick Warrem explica em seu livro “Uma Vida com Propósitos” (pag. 169-171): Existem muitos finais infelizes sobre a terra. Mas, eu compreendendo ou não, de alguma forma isso coopera para o bem. Deus é amor (João 4:8,16) e, todos seus atos, são atos de amor. Isso não quer dizer que tudo na vida seja bom. Grande parte do que acontece no nosso mundo é mau e cruel, mas Deus é especialista em extrair o bem de tudo isso. O propósito de Deus é maior que nossos problemas, nosso sofrimento e até mesmo nossos pecados. Essa promessa é somente para os filhos de Deus, não para todos. Todas as coisas contribuem para o mal daqueles que vivem em oposição a Deus, insistindo em seguir seu próprio caminho.
  • Terceiro: Você não está sozinho, Deus não o desamparou. Jesus disse: “E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século” (Mateus 28:20b). São nos momentos de crise que Deus se mostra mais presente. Jó, ao passar pela crise declarou: “Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te vêem” (Jó 42:5).

Deus quer usar as crises para aperfeiçoá-lo, Ele quer se revelar a você. Não estrague tudo, permaneça firme, não destrua as pessoas a sua volta, nem tome atitudes precipitadas, lembre-se: “a crise sempre passa, mas as marcas continuam”.

“Bem-aventurado o homem que suporta, com perseverança, a provação; porque, depois de ter sido aprovado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor prometeu aos que o amam” (Tiago 1:12)

Ev. Elias G. Codinhoto