quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Deus te Ouve!

Tiraram, pois, a pedra. E Jesus, levantando os olhos para o céu, disse: Pai, graças te dou, por haveres me ouvido. Eu bem sei que tu sempre me ouves, mas eu disse isto por causa da multidão que está ao redor, para que creiam que tu me enviaste.
João 11:41-42

Jesus está preste a realizar um dos maiores milagres de seu ministério na terra। O amigo Lázaro estava morto há quatro dias, já cheirava mal। Mas, sobre a orientação do Mestre, o tumulo foi aberto, as pessoas estavam ansiosas, toda atenção estava sobre Ele. Jesus, aproveitando a ocasião, nos faz uma profunda declaração a respeito de Deus: “Eu bem sei que tu sempre me ouves”. Deus sempre escuta! Ainda que Ele não responda, mesmo que você não o sinta, ainda que nada aconteça, uma coisa é certa: Deus te ouve! Deus é onisciente, ou seja, Ele conhece todas as coisas, Ele é onipresente, está em todo lugar, não tem como não te ouvir. Esta consciência deve ser desenvolvida em nós, Deus sabe! Deus vê! Deus ouve! Veja como Davi se expressa no Salmo 65:2 “Ó tu que escutas a oração, a ti virão todos os homens”, o salmista tinha essa consciência, Deus ouve!

O que você gostaria de contar a Ele? Se você tivesse a oportunidade que Moisés teve de falar com Deus face-a-face (Ex 33:11), o que diria? Deus quer que falemos com Ele com essa intensidade, com essa consciência, sabendo que nossa oração chegará aos seus ouvidos. Um certo dia eu estava muito angustiado, precisava muito falar com Deus, queria uma resposta, mas não tinha forças para clamar. Fiz um pedido a Ele: “Fale comigo”, e abri a bíblia em busca de uma resposta. O versículo que li foi este: (Mc 14:61a) “Ele, porém, guardou silêncio e nada respondeu”. A principio fiquei triste, pensei: “Deus não quer falar comigo”, mas em seguida percebi algo maravilhoso, Deus estava ouvindo! Tive uma consciência tremenda a esse respeito, aquela resposta: “guardou silêncio e nada respondeu” me deu convicção de que Deus estava me ouvindo, ainda que não me respondesse. Comecei a orar com essa consciência e senti que os céus se abriram. Pude expressar ao Senhor tudo que me inquietava, tudo que me angustiava. Podia sentir Ele ao meu lado. Não ouvi sua voz, não ouve nenhuma manifestação do Espírito, mas eu sabia que Ele me ouvia, de alguma maneira eu tinha toda sua atenção e sabia que me socorreria.
O que mudou? Por que orei com tanta confiança? Ter consciência da atenção de Deus me trouxe fé, me deu segurança. “De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam” (Hb 11:6).
Deus te ouve! Ore com essa certeza, não se importe com seus sentimentos, não deixe satanás enganá-lo dizendo que Deus te desamparou. Fale com Deus agora mesmo, não importa o local, não importa o momento, o que importa é: Deus te ouve! Fale com Ele!

"Eis que a mão do SENHOR não está encolhida, para que não possa salvar; nem surdo o seu ouvido, para não poder."Isaías 59:1
Ev. Elias G. Codinhoto.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

É UMA VEZ...


“Era uma vez...” Por que a maioria das historias de fantasia começam assim?
Por que não dizer: “é uma vez...” ou que sabe “será uma vez...”. Por que os sonhos parecem sempre com algo que já passou ou está muito distante? O que nos impede de escrevermos a nossa história? Que tal dizer:
É uma vez um homem, não como os outros homens, mas um homem diferente, pois cansou de viver o “era uma vez...”. Esse homem resolveu sonhar, escrever as coisas como devem ser, ou seja, daqui para frente. O passado nos deu experiências, aprendemos com ele, mas passado será sempre passado, se quisermos realmente fazer algo que tenha algum valor, isso deve ser feito “hoje”, no “agora”, pois é o único tempo que temos o poder da ação. Por mais que o passado tenho sido doloroso ou maravilhoso, é apenas passado, que aprendeu a viver se preocupa com o presente, acredito que é por isso que se chama “presente”, pois é uma dádiva. Já parou para pensar? Pode fazer o que quiser, muitas coisas é só questão de uma decisão. O que quer fazer? Pode fazê-lo! É claro que para tudo que fazemos existem conseqüências, cada ação gera uma reação. Que tal viver o presente como se fosse o passado? – Parece loucura para você? – pois para mim não! – Veja bem! – muitas pessoas passam a vida dizendo: “Se eu pudesse voltar ao passado faria tudo diferente”. Então por que não viver como se tivéssemos no passado?! – Eis ai sua chance! Faça diferente! – Se não posso fazer diferente agora, por que pensar que voltando ao passado faria?! O único espaço no tempo que tenho domínio é no presente. Posso sonhar com o futuro, ou lamentar o passado, mas só posso fazer alguma coisa no presente. Veja o que o apostolo Paulo diz a este respeito:
“Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus”. (Filipenses 3:13-14).
É uma vez minha história, minha vida... Que apesar das lutas, me trouxe até aqui... Neste espaço de tempo, neste exato momento... Tudo pode ser diferente... Não estou preso ao passado ou mesmo ao futuro... Sou livre (João 8:36).
É uma vez um “mais que vencedor” (Rm 8:37), embaixador de um reino celeste (Cr 5:20), filho de Deus (João 1:12), livre para sempre da condenação (Rm 8:1-2), estabelecido, ungido e selado por Deus (2Co 1:21), sal e luz do mundo (Mt 5:13-14), escolhido e designado par produzir fruto (João 15:16), santuário de Deus (1Co 3:16), e que pode todas as coisas em Cristo que o fortalece (Fl 4:13).
Essa pode ser a sua história! Por que não a conta a você mesmo?!


“Jesus, fitando neles o olhar, disse-lhes: Isto é impossível aos homens, mas para Deus tudo é possível” (Mateus 19:26)

Ev. Elias Codinhoto.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

A Luz do Olhar


“São os teus olhos a lâmpada do teu corpo; se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso; mas, se forem maus, o teu corpo ficará em trevas”। Lucas 11:34


Olá amigo leitor, já estava com saudades de compartilhar a Palavra com você, tenho estado um tanto ocupado। Agora com um serviço secular e preparando alguns seminários, o tempo ficou bem escasso, sem falar na pós-graduação e no TCC, é uma correria só!

Bem! Vamos deixa de prosa!
Você que tem acompanhado nossas mensagens pode ter estranhado a maneira informal que comecei escrever este texto, não sei como você vê isso, mas com certeza é diferente da maneira que eu vejo, ou da maneira que outra pessoa vê। Vemos o mundo de maneiras diferentes uns dos outros, isso tem a ver com nossa forma interior de perceber o mundo a nossa volta। A maneira física que percebermos o mundo externo é através de nossos sentidos: visão, audição, tato, olfato e paladar, é através desses cinco sentidos que perceber o mundo externo, mas ainda temos barreiras psicologias, que agem como se fossem filtros, são o nosso “id”, “ego” e “superego”।

*O id constitui a fonte dos impulsos ou tendências de uma pessoa; o superego representa os educadores (pais, professores) introjetados no indivíduo; e o ego é uma espécie de "relações públicas" entre o ser, seus impulsos e a sociedade। Freud usou a seguinte metáfora para mostrar como essas três instâncias se relacionam: o ego é um cavaleiro tentando frear um cavalo selvagem (o id), seguindo as ordens do professor de equitação (superego).


Eles estão ligados a crenças, experiências, educação, tradições e uma série de paradigmas que carregamos. Em outras palavras, duas pessoas podem ver a mesma sena de maneiras totalmente diferente. Por isso Jesus disse: “São os teus olhos a lâmpada do teu corpo; se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso; mas, se forem maus, o teu corpo ficará em trevas”. Ter bons olhos é conseguir ver o bem nas pessoas, mesmo naquelas que não valorizamos, nas que não compreendemos, nas que consideramos erradas...
É ter empatia - Em-patia: “patia” significa “pele”, em-pele ou na-pele, ou seja, se colocar na pele do outro, tentar ver as coisas através dos olhos de outros.
Jesus conseguia fazer isso muito bem: enxergou a bondade em um samaritano (Lc 10:33), pessoa desprezada para o judeu da época; exaltou a fé do centurião romano acima de qualquer israelita, sendo os romanos opressores de seu povo (Mt 8), encontrou em Mateus, o coletor de impostos, qualidades para o ministérios apostólico (Mt 9:9). Entre outros.
Somos desafiados por Deus a enxergar o bem nas pessoas, a ver o mundo com bons olhos, a usar o “mas” de maneira que valorize os outros, por exemplo, podemos dizer: “fulano é um bom homem, mas é impaciente” ou “fulano é impaciente, mas é um bom homem”, o que colocamos depois do “mas” tem maior peso.
Fomos chamados por Deus para anunciar boas novas, transmitir o que é bom e correto, não podemos ser proclamadores do mal. Todos temos qualidades e defeitos, que nosso olhar possa sempre procurar o que é bom nas pessoas e no mundo a nossa volta, que ao invés de reclamarmos de um dia chuvoso, possamos reconhecer que é a chuva que trás vida ao solo.
Sei que há sempre um lado bom em tudo, procure por ele, pois como nos garante as escrituras: “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8:28)।


Ev। Elias G. Codinhoto.

*Fonte: http://www.dw-world.de/dw/article/0,2144,504071,00.html

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Jogando a Carga Fora


Jonas 1:3 - Jonas se dispôs, mas para fugir da presença do SENHOR, para Társis; e, tendo descido a Jope, achou um navio que ia para Társis; pagou, pois, a sua passagem e embarcou nele, para ir com eles para Társis, para longe da presença do SENHOR.

Normalmente lemos esta passagem pela perspectiva de Jonas, mas hoje vamos examiná-la na perspectiva do navio. O navio, assim como Jonas, tinha um destino, todos os preparativos foram feitos para essa viagem, mas, algo que estava fora da vontade de Deus, desceu ao porão, ou seja, em seu interior o navio transportava uma carga que não agradava a Deus. Mas o SENHOR lançou sobre o mar um forte vento, e fez-se no mar uma grande tempestade, e o navio estava a ponto de se despedaçar (v. 4). Assim também, todos temos um destino, um chamado de Deus, nosso porto destino. Mas se em nosso interior temos algo que está fóra da vontade de Deus, a tempestade vem e traz algumas conseqüências:
· Ela traz o medo (v.5): A maioria das vezes que sentimos medo, é porque desviamos nosso olhar do Mestre ou estamos fora de sua vontade. Algo dentro de nós está errado, “Ora, as obras da carne são conhecidas e são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, invejas, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas,...” (Gl 5:19-21).
· Ela traz clamor (v.5): Na tempestades clamamos a Deus por socorro. Mas devemos clamar como Davi: “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno” (Sl 139:23-24). Não sabemos se há algo mau escondido em nosso coração, por isso devemos pedir discernimento a Deus.
· Ela traz o desejo de aliviar a carga (v.5): Quando encontramos algo mau, o passo seguinte é lançar fora. “Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos pelos meus constantes gemidos todo o dia. Porque a tua mão pesava dia e noite sobre mim, e o meu vigor se tornou em sequidão de estio. Confessei-te o meu pecado e a minha iniqüidade não mais ocultei. Disse: confessarei ao SENHOR as minhas transgressões; e tu perdoaste a iniqüidade do meu pecado. Sendo assim, todo homem piedoso te fará súplicas em tempo de poder encontrar-te. Com efeito, quando transbordarem muitas águas, não o atingirão” (Sl 32:3-6). Jesus nos desafia a jogar a carga fora (Mt 11:28 e 29).
· Ela expõe o nosso interior (v.7): “... e a sorte caiu sobre Jonas”. É fácil manter a aparência durante a bonança, mas é em meio à tempestade ficamos expostos, a luta mostra quem realmente somos, é em uma fechada no transito, uma situação no trabalho, uma discussão em família, quando somos ofendidos, maltratados, humilhados, que a “carga” aparece e, é nesse momento que Deus nos dá a oportunidade de joga-la fora: “Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes curados” (Tg 5:16a). Se não aproveitarmos essa oportunidade, seremos expostos (Lc 12:3).

Não espere o navio afundar, salve sua vida, jogue a carga fora!

"Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei। Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma". Mateus 11:28-29

Ev. Elias G. Codinhoto.

terça-feira, 29 de julho de 2008

Barreiras Invisíveis


“Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” - João 8:36.

Ela ficou ali parada, me olhando assustada, eu podia sentir seu medo, uma respiração ofegante mostrava que ela estava cansada de lutar tentando escapar. Não sei de onde veio ou como entrou. Talvez nem ela mesma soubesse, quem sabe estava pensando: “Como vim parar aqui? Por que não tomei cuidado?”. Mais um vôo, mais uma tentativa e, nada! Parecia não haver saída. Fiquei ali sentado, olhando para ela e pensando: “eu poderia ajudá-la, mas como? Ela tem medo de mim!”.
Pondo-me no lugar dela, acredito que também teria medo. Aquela pequena andorinha estava presa dentro do templo há muito tempo. Na verdade eram duas. A primeira que vi, assim que abri a janela, partiu sem hesitação, voou rumo à liberdade, não teve medo de mim, parecia até saber que eu estava ali para ajudá-la. Mas, a outra estava muito assustada, acredito que estava presa há mais tempo, percebia-se por seu cansaço. Foram muitas decepções, muitas tentativas frustradas, talvez agora estivesse com medo da própria liberdade, medo de correr riscos, afinal, por diversas vezes havia se lançado contra o vidro da janela. Ela podia ver o lado de fora, sabia o que queria, mas aquela barreira invisível a prendia do lado de dentro. Agora, com a janela aberta, só seu medo a aprisionava, o medo de tentar novamente. “Será mesmo que ele quer me ajudar?”.
Isso me fez refletir na vida, pois às vezes me sinto aprisionado por paredes invisíveis que me impedem de voar rumo à liberdade, sei o que quero, vejo para aonde quero chegar, mas, muitas vezes tenho medo de voar. Já se sentiu assim? Preso por paredes invisíveis? Elas nos dizem o tempo todo: “o que vão dizer os outros? Está fora da moda! Todo mundo faz assim! E se não der certo? O que vão pensar de mim?”...
Decepção com um relacionamento, a separação ou o divórcio, uma traição, a perda de um emprego, de alguém que se ama, o fracasso, os erros, o sofrimento, a solidão, entre outros, podem se tornar paradigmas, barreiras invisíveis que nos impedem de tentarmos novamente, de sermos diferentes, inovadores, correr riscos, confiar nas pessoas, confiar no que Deus está nos dizendo, seguir os sonhos... – Na verdade um sonho não tem muito sentido, parece estar além de nosso alcance. Por isso que para muitos são apenas sonhos. Mas, aqueles mais corajosos, que realmente acreditaram e partiram em busca de seus sonhos, descobriram que as barreiras podem ser transpostas.
A barreira do medo, da vergonha, da baixa auto-estima, dos preconceitos, do pensamento alheio, da preocupação, da incompreensão... Fazem muitas pessoas desistirem do que querem, do que acreditam, alguns desistem até de Deus.
A bíblia nos dá uma maravilhosa definição do que é fé: “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se vêem” (Hb 11:1). Somente pela fé conseguiremos transpor essas barreiras que foram criadas em nossas vidas, Deus te convida a segui-lo por um novo e vivo caminho (Hb 10:20). Ele está abrindo a janela para que você possa voar, sem medo do novo, “olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus.” (Hb 12:2).

Desfrute desta liberdade no Espírito e siga em frente, Deus te conduzirá!

“Ora, o Senhor é o Espírito; e onde está o Espírito do Senhor aí há liberdade” - 2Co 3:17.
Ev. Elias G. Codinhoto.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Escravos da Ignorância

“Ele disse ao seu povo: Eis que o povo dos filhos de Israel é mais numeroso e mais forte do que nós”.
Êxodo 1:9

A bíblia nos relata que os hebreus eram mais fortes que os egípcios (v.9), e os egípcios os temiam (v.12), no entanto os egípcios os escravizaram (v.14), pois os hebreus desconheciam sua própria força.
Vocês já viram como os indianos domam os grandes elefantes conduzindo-os onde querem e fazendo que trabalhem para eles? – Os elefantes, quando filhotes, são amarrados pela pata a uma arvore e depois de diversas tentativas desistem de escapar, quando crescem, podem ser amarrados por uma fina corda a uma estaca no chão. Eles possuem grande força, mas não sabem, por isso se tornam escravos dos homens. Da mesma maneira satanás tem dominado sobre muitos que desconhecem a força que possuem. No livro de Números encontramos o povo de Israel parado e temeroso, diante da terra prometida, pois os espias relataram que o povo que habitava ali era poderoso (Nm 13:27-33). Calebe porém, creu que poderiam conquistar a terra, ele tinha visto os gigantes e as cidades fortificadas, tudo que os outros espias viram, mas Calebe viu algo mais, ele viu o Senhor enviar as pragas no Egito, a coluna de fogo no deserto, o mar vermelho se abrir, o exercito de faraó se afogar no mar, o maná cair do céu e água brotar da rocha. Isso nos faz lembrar de Eliseu, quando seu moço viu a cidade cercada pelo exército inimigo; e disse: “Ai! Meu senhor! Que faremos?” O profeta respondeu: “Não temas, porque mais são os que estão conosco do que os que estão com eles”. Orou Eliseu e “o Senhor abriu os olhos do moço, e ele viu que o monte estava cheio de cavalos e carros de fogo, em redor de Eliseu” (2Rs 6:15-17).
Talvez, o inimigo esteja te oprimindo com uma enfermidade, problemas no seu lar, intrigas, desemprego, ou você está lutando contra um pecado que parece ser mais forte que você. “Não temas, porque mais são os que estão conosco do que os que estão com eles”. Se você não consegue ver, peça ao Senhor que lhe abra os olhos, como fez com o moço de Eliseu, e você verá!
Enquanto o povo de Israel temia (Nm 13), veja o que diziam os inimigos: “...Bem sei que o Senhor vos deu esta terra, e que o pavor que infundis caiu sobre nós, e que todos os moradores da terra estão desmaiados. Porque temos ouvido que o Senhor secou as águas do mar Vermelho diante de vós, quando saíeis do Egito; e também o que fizestes aos dois reis dos amorreus, Seom e Ogue, que estavam além do Jordão, os quais destruístes. Ouvindo isto, desmaiou-nos o coração, e em ninguém mais há ânimo algum, por causa da vossa presença; porque o Senhor, vosso Deus, é Deus em cima nos céus e embaixo na terra” (Js 2:8-11).
O inimigo está desmaiando diante de ti, já não tem ânimo, pois ele sabe que o Senhor “é Deus em cima nos céus e embaixo na terra”. Calebe continuou com a mesma fé, e após quarenta anos viu a terra ser conquistada, ele estava com oitenta e cinco anos, e a palavra nos diz que ele não perdeu a sua força e vigor (Js 14:10-11), pois não confiou em si mesmo, mas confiou no Senhor!
Não seja escravo da ignorância, Jesus já nos libertou (Jo 8:36), fomos comprados por sangue, o preço já foi pago e não devemos nada ao inimigo, creia na vitória!

“...e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. João 8:32

Ev. Elias G. Codinhoto.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Corvos, Viúvas e Anjos.


1 Reis 17:4 Beberás da torrente; e ordenei aos corvos que ali mesmo te sustentem.
1 Reis 17:9 Dispõe-te, e vai a Sarepta, que pertence a Sidom, e demora-te ali, onde ordenei a uma mulher viúva que te dê comida.
1 Reis 19:5 Deitou-se e dormiu debaixo do zimbro; eis que um anjo o tocou e lhe disse: Levanta-te e come.

Um vulto negro percorre o céu e pousa junto ao profeta. Todos os dias que Elias esteve às margens do ribeiro era essa sua visão, o obediente corvo trazia-lhe mantimentos.
A raiz da palavra “corvo” no hebraico significa: anoitecer, escurecer. Já no grego, a mesma palavra significa: saciar, satisfazer. Isso nos lembra do salmo 30:5b que diz: “Ao anoitecer, pode vir o choro, mas a alegria vem pela manhã”. O corvo é principalmente necrófago (come carniça), mas também mata pequenas aves e mamíferos, numa dieta que inclui ainda ovos, caracóis e cereais, ataca lavouras e é considerada uma ave imunda (Lv 11:15). Na mitologia, os corvos são vistos geralmente como portadores de maus presságios, devido à sua plumagem negra e hábitos necrófagos. É interessante que Deus o utilize como exemplo de seu cuidado com os homens (Jó 38:41, Sl 147:9). Em Lucas 12:24 Jesus diz: “Observai os corvos, os quais não semeiam, nem ceifam, não têm despensa nem celeiros; todavia, Deus os sustenta. Quanto mais valeis do que as aves!” Deus tem a maravilhosa capacidade de transformar maldições em bênçãos, situações difíceis que nos sobrevém se tornam em experiências de cuidado em meio à escuridão, Deus usa coisas imundas para revelar sua graça (At 10 e 11), coisas que não são, para reduzir a nada as que são (1Co 1:28).
Quando Ele enviou o profeta à casa da viúva, Elias poderia ter pensado: “está viúva devia ter um marido rico, alguém que possui muitos bens”, mas ao chegar lá, se depara com uma mulher pobre e desamparada. É interessante a maneira que Deus trabalha, usando pessoas para suprir pessoas, a viúva pobre cuida de Elias, e ele é o canal de bênçãos para que não lhe falte nada. “Da panela a farinha não se acabou, e da botija o azeite não faltou, segundo a palavra do Senhor, por intermédio de Elias”. (1Rs 17:16)
Fugindo de Jezabel, o profeta acreditava que tudo estava perdido, era como se sua luta tivesse sido em vão, sem esperança pede a morte e exausto adormece debaixo de uma arvore; mas é despertado por um anjo que o alimenta (1Rs 19:5). Por muito tempo esperei uma experiência assim, ver um anjo, ou ouvir a voz de Deus entre as nuvens, buscava uma experiência intima com Deus, acreditava que Deus queria se revelar a nós dessa forma. Nunca tive tal experiência, aprendi a me relacionar com Deus e sentir seu cuidado através das pessoas. Hoje sei que essa é a maneira que Deus escolheu para se relacionar com o homem, por isso a igreja é o corpo de Cristo (1Co 12:27), ele é o cabeça e nós somos o corpo, Deus quer realizar através de nós. Isso é maravilhoso, Deus poderia fazer tudo sozinho, mas Ele se agrada em repartir conosco sua obra, sendo Deus dono do ouro e da prata poderia financiar seu reino de uma maneira sobrenatural, mas é por meio de “viúvas” que faz isso (Mc 12:42). Deus pode usar corvos e anjos para nos socorrer, mas Ele prefere usar pessoas. Podemos resumir o cuidado de Deus nestas palavras: “uns aos outros”.

João 13:35 Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros.
Ana & Toni, Ev. Elias G. Codinhoto.

Contradiga

“Forjai espadas das vossas enxadas, e lanças das vossas foices; diga o fraco: Eu sou forte”.
(Joel 3.10)
Diga o fraco: eu sou forte. Diga o pequeno: eu sou grande. Diga o cansado: tenho forças. Diga o pobre: eu sou rico. Diga o necessitado: tenho tudo. Diga o preso: eu sou livre.
Vamos, experimente, diga, contradiga, você consegue, não é tão difícil assim...
Diga o covarde: sou corajoso. Diga o aflito: tenho paz. Diga o caído: estou de pé. São palavras divinas, palavras proféticas, é a maneira de Deus fazer as coisas.
Não são simples palavras ou gestos. Observe que ele não diz: “Diga o fraco eu não sou fraco”. Isso seria mentir. Mas, somos desafiados a assumir a posição de filhos de Deus e fazer o que Ele faz, Romanos 4:17 diz: “... o Deus que vivifica os mortos e chama à existência as coisas que não existem”. Vamos, creia, comece a profetizar sobre sua vida e sobre sua família, contradiga, não aceite o fracasso, Deus já nos tem feito mais que vencedores em Cristo Jesus (Rm 8:37). “Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes; e Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são” (1Co 1:27-28).
“Diga o fraco: eu sou forte”. Mas como dizer? Devemos sair gritando por ai? Percebemos o mundo através dos nossos sentidos (audição, visão, tato, olfato e paladar), devemos dizer de maneira que as pessoas percebam:
Audição: no bom dia aos colegas de trabalho, não diga um bom dia chocho e sem vida, mas aquele bom dia que no tom de sua voz transmita “eu sou forte”, faça comentários do tipo: “Que lindo dia!”, “Esse será o melhor dia de minha vida”; diga isso a si mesmo, diga assim que acordar: “terei um dia muito abençoado por Deus”, diga a sua imagem no espelho: “você é mais que vencedor”. Experimente, ouse, diga palavras que abençoe outras pessoas.
Visão: as pessoas observam mais seus gestos do que suas palavras, diga “eu sou forte” em sua postura física, não ande prostrado ou de cabeça baixa, mas ande ereto, levante a cabeça, não de forma que pareça arrogância, mas mostre que é forte e passe esse entusiasmo, se arrume.
Tato: transmita num aperto de mão firme coragem a alguém, não negue um abraço, você nem imagina o quanto podemos transmitir em um abraço. Um amigão meu (Luizão) fez questão de comentar comigo sobre um abraço que lhe dei, ele me disse que aquele abraço transmitiu-lhe algo muito bom. Já vivi momentos difíceis em que os amigos me disseram muito apenas com abraços. Não negue um toque, dê carinho às pessoas que ama. Humm! Como é bom um cafuné! Só tome cuidado de respeitar a quem prefira não ser tocado.
Olfato: que tal um bom perfume, nada exagerado é claro. Como é bom conversarmos com os dentes bem escovados, cabelos bem lavados. Podemos transmitir muito através dos odores. Experimente passear em um parque pela manhã, sinta o cheiro das flores, das arvores, afinal, Deus deu cheiro à natureza só para que pudéssemos apreciá-lo. Como é bom quando chegamos em casa ou em um restaurante, e logo sentimos o cheiro gotoso da comida.
Paladar: falando em cheiro de comida, como é bom comermos algo que gostamos, principalmente as guloseimas. Permitam-me dar uma dica aos namorados e esposos, as que estão em regime que me perdoem, mas dê a suas companheiras uma caixa de bombom, daqueles que vale a pena quebrar o regime para comer. E que tal as esposas prepararem aquele prato que ele ama. Divida com alguém, não coma sozinho, você nem faz idéia de quanta gente precisa de “pão”, contribua com a assistência social, traga seu quilo de alimento aos cultos, planeje com seu FAPE a ajudar alguém necessitado, vamos dizer “somos fortes” além das palavras.
Diga ao fraco: eu te ajudo. Diga ao caído: se levante. Diga ao solitário: vamos juntos. Diga ao pobre: eu te dou. Diga ao necessitado: conte comigo. Diga ao magoado: me perdoe!

“A morte e a vida estão no poder da língua; o que bem a utiliza come do seu fruto” (Pv 18:21)
Juliana Clemente e Ev. Elias G. Codinhoto.

Momentos de Crise

Passando o rei de Israel pelo muro, gritou-lhe uma mulher: Acode-me, ó rei, meu senhor!
Ele lhe disse: Se o SENHOR te não acode, donde te acudirei eu? Da eira ou do lagar?
Perguntou-lhe o rei: Que tens? Respondeu ela: Esta mulher me disse: Dá teu filho, para que, hoje, o comamos e, amanhã, comeremos o meu. Cozemos, pois, o meu filho e o comemos; mas, dizendo-lhe eu ao outro dia: Dá o teu filho, para que o comamos, ela o escondeu.
(2 Reis 6:26-29)

Momentos de crises: Samaria passava por um momento de crise, a cidade estava cercada pelo exército da Síria, havia grande fome em Samaria (v 25), as prateleiras de mantimentos estavam completamente vazias, a fome apertava, o estomago roncando, a mãe vai amamentar seu filho, mas não tinha leite. Olha para sua amiga com seu filho nos braços, a criança chorava muito, nunca antes passaram por tamanha dificuldade. Então veio o plano, comer seus filhos, ou melhor, seduzir sua amiga para matar e comer o filho dela, com o engano de no dia seguinte oferecer o seu. Porém, de barriga cheia a história é outra.
Quantas mães hoje ainda matam seus filhos, em momentos crise? Algumas matam literalmente, outras matam com palavras e ações. Quantas mães no Nordeste brasileiro entregam suas filhas para prostituição, outras vendem seus filhos como se fossem mercadorias? Quantos são feridos em momentos de neurose, estresse, raiva, etc.?
Muitos casamentos foram desfeitos por palavras ditas em momentos de crise, filhos que abandonam o lar por precipitações dos pais, amizades apagadas para sempre, quantos traumas foram causados por pessoas que não souberam atravessar a crise?
Durante a crise, a mulher de Jó se precipita diz: “Ainda conservas a tua integridade? Amaldiçoa a Deus e morre”. “Mas ele lhe respondeu: Falas como qualquer doida; temos recebido o bem de Deus e não receberíamos também o mal? Em tudo isto não pecou Jó com os seus lábios” (Jó 2:9-10). A maneira que reagimos aos momentos de crise pode trazer conseqüências terríveis e irreversíveis. O que diríamos de Jó, se ele tivesse seguido o conselho de sua mulher? Será que estaríamos falando sobre ele hoje? Muitas pessoas querem nos aconselhar em momentos de crise, ouvimos muitas sugestões, mas, muito cuidado, fique atento para ouvir somente o conselho de Deus, há muitas mulheres de Jó para nos aconselhar o mal. Se essas mulheres tivessem recursos suficientes, fariam tais coisas?

Depois da crise: “Então, disse Eliseu: Ouvi a palavra do SENHOR; assim diz o SENHOR: Amanhã, a estas horas mais ou menos, dar-se-á um alqueire de flor de farinha por um siclo, e dois de cevada, por um siclo, à porta de Samaria. [...] Assim se cumpriu o que falara o homem de Deus ao rei: Amanhã, a estas horas mais ou menos, vender-se-ão dois alqueires de cevada por um siclo, e um de flor de farinha, por um siclo, à porta de Samaria” (2 Reis 7:1, 18). Fico imaginando aquela mãe, dois dias depois de matar o filho. Com a mesa repleta de alimentos e seus seios fartos de leite não pode esquecer-se de seu filho, a crise passou, mas os danos são irreversíveis. Uma decisão precipitada pode nos levar a uma catástrofe.
A ira se foi, o desemprego já não existe, a briga terminou, passou a fome, é ora de analisar os prejuízos, será que valeu a pena? Como seria se tivesse agido com cautela?

Sempre teremos momentos de crise em nossa vida: “Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” (Jo 16:33). “Muitas são as aflições do justo, mas o SENHOR de todas o livra” (Sl 34:19). As crises sempre estarão presentes, elas vêm e vão, devemos nos precaver.
Eu acreditava que atitude era como reagíamos a determinadas circunstancias, mas, segundo a Psicologia Social: “Nós não tomamos atitudes (comportamento, ação), nós desenvolvemos atitudes (crenças, valores, opiniões) em relação aos objetos do meio social. Ou seja: a ação em si não é a atitude, pois ela foi definida antes da ação, pois mesmo o não fazer nada em determinadas situações já é uma atitude. O importante é saber que: “Nossas atitudes podem ser modificadas a partir de novas informações, novos afetos, novos comportamentos ou situações”. Esta mensagem, por exemplo, pode mudar suas atitudes.

Atravessando a crise:
  • Primeiro: Em momentos de crise, é importante saber que: “a crise sempre passa” Salmos 30:5 Porque não passa de um momento a sua ira; o seu favor dura a vida inteira. Ao anoitecer, pode vir o choro, mas a alegria vem pela manhã. 1 Coríntios 10:13 Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar. Devemos entrar na crise já sabendo que ela vai passar, se não sabemos o que fazer, o mais sensato é esperar a crise passar, não tome decisões apressadas, não se desespere nem perca a esperança, não pule do avião que esta caindo, espere pelo pouso, ainda que seja um pouso forçado, confie no piloto.
  • Segundo: (Romanos 8:28) “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito”. O texto não diz: “Deus faz que tudo saia da forma que eu quero”. É lógico que isso não é verdade. Também não diz: “Deus faz que tudo na terra acabe com final feliz”. Isso também não é verdade. Conforme Rick Warrem explica em seu livro “Uma Vida com Propósitos” (pag. 169-171): Existem muitos finais infelizes sobre a terra. Mas, eu compreendendo ou não, de alguma forma isso coopera para o bem. Deus é amor (João 4:8,16) e, todos seus atos, são atos de amor. Isso não quer dizer que tudo na vida seja bom. Grande parte do que acontece no nosso mundo é mau e cruel, mas Deus é especialista em extrair o bem de tudo isso. O propósito de Deus é maior que nossos problemas, nosso sofrimento e até mesmo nossos pecados. Essa promessa é somente para os filhos de Deus, não para todos. Todas as coisas contribuem para o mal daqueles que vivem em oposição a Deus, insistindo em seguir seu próprio caminho.
  • Terceiro: Você não está sozinho, Deus não o desamparou. Jesus disse: “E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século” (Mateus 28:20b). São nos momentos de crise que Deus se mostra mais presente. Jó, ao passar pela crise declarou: “Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te vêem” (Jó 42:5).

Deus quer usar as crises para aperfeiçoá-lo, Ele quer se revelar a você. Não estrague tudo, permaneça firme, não destrua as pessoas a sua volta, nem tome atitudes precipitadas, lembre-se: “a crise sempre passa, mas as marcas continuam”.

“Bem-aventurado o homem que suporta, com perseverança, a provação; porque, depois de ter sido aprovado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor prometeu aos que o amam” (Tiago 1:12)

Ev. Elias G. Codinhoto

quarta-feira, 25 de junho de 2008

A História Poderia Ter Acabado Ali...


“E as multidões, tanto as que o precediam como as que o seguiam, clamavam: Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas maiores alturas!”
Mateus 21:9

A palavra-chave para o livro de Jó é “provar”. “Mas ele sabe o meu caminho; prove-me, e sairei como o ouro” (Jó 23:10). Quando lemos sobre o sofrimento de Jó, um homem justo e íntegro, podemos ser tentados a pensar que sua história poderia ter terminado logo nas primeiras linhas: “...este homem era maior do que todos os do Oriente” (Jó 1:3). A maioria dos contos de fadas termina com a mesma frase célebre: “e viveram felizes para sempre”. Quantos não desejaram que suas histórias terminassem em um momento de auge, quando estavam no topo, quando eram felizes e prósperos? Quantas histórias, como a de Jó, sofreram reviravoltas, por acidentes, mortes, separações, brigas, prisão, perdas, entre outras coisas que levam pessoas de um estado de bonança ao desespero total em frações de segundo. Para Jó essas coisas vieram todas de uma só vez e sem aviso prévio, um mensageiro mal terminava de dar uma má notícia e já entrava outro com uma pior, ele perdeu tudo que tinha, inclusive os sete filhos e sua saúde. A realidade de Jó é a verdade de muitos que viram suas vidas se transformarem no caos – talvez seja esse o retrato de sua vida, meu caro leitor. Quem sabe você não esteja pensando: “por que meu casamento não terminou como as histórias de conto de fadas, com um: ‘e viveram felizes para sempre’? minha história poderia ter acabado ali”. Ou talvez no auge da fama, com aquele bom emprego, quando desfrutava de juventude e saúde, quando a vida era harmoniosa em seu lar...
No livro de Gênesis encontramos outra história fascinante, José, outro homem próspero e abençoado, mas... põe reviravolta nisso! Primeiro, é vendido como escravo pelos próprios irmãos (Gn 37:27), depois, quando as coisas pareciam melhorar, é caluniado e lançado na prisão (Gn 39). Imagine-se no lugar de José, lembrando-se da época em que vivia com seu pai Jacó, conforme descreve Gênesis 37:3: “Ora, Israel amava mais a José que a todos os seus filhos, porque era filho da sua velhice; e fez-lhe uma túnica talar de mangas compridas”, a história poderia ter acabado ali.
Nos evangelhos encontramos a maior reviravolta de todas: As ruas estavam cheia de pessoas para recebê-lo, eles estendiam suas vestes no chão, alguns cortavam galhos de arvores, formando um imenso tapete para que o Rei dos reis passasse montado em um jumentinho. Mas, em pouco tempo, as mesmas vozes que clamavam “Hosana”, se transformam em gritos de “crucifique-o” – o Salvador do mundo foi morto por quem veio salvar. Ninguém ousaria dizer: “a história poderia ter acabado ali”, por mais que fosse maravilhoso aquele momento, a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, ninguém se atreveria a desejar que sua história terminasse ali. A história de Jó prosseguiu, e terminou com restituição em dobro de tudo quanto perdeu. A história de José prosseguiu, e terminou com seu governo sobre o Egito. A história de Cristo prosseguiu, e não acabou na ressurreição, ainda a vivemos hoje e continuará por toda eternidade. Jesus está ao lado de Deus intercedendo por mim e você, para que nossa história não termine aqui, com momentos felizes ou tristes, mas que perdure por toda eternidade, com um interminável “viveram felizes para sempre!”, ao lado do Pai, do Filho e do Espírito Santo, desfrutando a Paz inigualável da vida eterna.
Sua história não acaba aqui, o que está passando não é o fim, seja um momento de desespero ou abundante fartura, na saúde ou na doença, juventude ou velhice. Olhe mais além, contemple a eternidade, pois é lá que nossa história não termina...

“Israel, porém, será salvo pelo SENHOR com salvação eterna; não sereis envergonhados, nem confundidos em toda a eternidade” (Isaías 45:17).

“Mas os santos do Altíssimo receberão o reino e o possuirão para todo o sempre, de eternidade em eternidade” (Daniel 7:18).

Ev. Elias G. Codinhoto.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Saudades do Egito


“Toda a congregação dos filhos de Israel murmurou contra Moisés e Arão no deserto; disseram-lhes os filhos de Israel: Quem nos dera tivéssemos morrido pela mão do SENHOR, na terra do Egito, quando estávamos sentados junto às panelas de carne e comíamos pão a fartar! Pois nos trouxestes a este deserto, para matardes de fome toda esta multidão”. Êxodo 16:2-3

Ela finalmente está livre. Não havia mais o metal gelado das grades da cela a sua volta, podia novamente caminhar livremente pela rua, ir aonde quisesse, a pena foi cumprida. O que chamava a atenção naquele noticiário não era o senso de justiça clamando por mais anos de prisão, e sim a fato daquela mulher querer voltar à prisão. Paula Portocarrero comenta em seu blog: “Que medo tem essa mulher de assumir a realidade. Ela prefere voltar à prisão a encarar suas novas opções, pois considera que fora de lá ela não seria capaz de gerir a própria vida”. Outro caso parecido aconteceu com um preso britânico que fugiu da prisão e voltou três dias mais tarde, porque a vida era mais fácil lá dentro. Wesley Crawford, de 42 anos, desapareceu da prisão em regime aberto de Sudbury, após três dias em fuga, aborreceu-se e decidiu voltar. “Não podíamos acreditar. Vir bater à porta a pedir para voltar é incrível”, afirma uma fonte prisional. Na prisão aberta de Sudbury, em Derbyshire, o recluso tinha direito a três refeições por dia com opções à escolha e televisão no quarto, que nunca estava trancado. A prisão oferecia ainda bilhar, tênis de mesa e um ginásio.
É sempre difícil lidar com as mudanças, mesmo quando elas nos são favoráveis. Geralmente permanecemos na chamada “zona de conforto” e, essa posição nos restringe, pois é mais cômodo deixar as coisas como estão. Quando somos pressionados a mudar, é natural que ao primeiro sinal de dificuldade sintamos desejo de retornar à zona de conforto, aprender a lidar com isso se torna uma grande virtude, pois no mundo globalizado atual, as mudanças estão sempre presentes e constantes, se torna imprescindível saber lidar com elas. Há ainda outro sentimento, muito parecido com o descrito aqui, alguns o chamam de “saudade do Egito”; está relacionado ao sentimento do povo de Israel diante das dificuldades enfrentadas no Êxodo (libertação de Israel do cativeiro no Egito). Fazem esta distinção por não se tratar de uma simples mudança, e sim, de uma nova vida, é o nascer de novo descrito por Jesus em João 3, ou seja, o cristão imaturo que diante dos desafios da vida cristã sente o desejo de retornar a vida sem Deus. Vive se queixando das dificuldades e, não consegue concentrar sua fé no Autor da Vida, lhe falta à convicção de vida que tinha o apóstolo Paulo: “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8:28). W. J. Watterson comenta: “No deserto, Israel estava separado do Egito, mas com saudades. Não podiam voltar, mas queriam. Onze vezes lemos desta saudade do Egito. Depois de Josué cap. 4, porém, nunca mais Israel teve saudade do Egito, pois agora estavam na sua pátria, na terra que Deus lhes deu. Agora não podiam mais voltar (como no deserto), mas melhor ainda, não queriam voltar!”. Lua afirma em seu Blog (http://pericorese.blogspot.com/) “Vir após Cristo significa acompanhá-lo de perto (contraste com Mt 26.58), não importando quais serão as implicações dessa decisão. Por muitas vezes a caminhada é árdua, pois as dificuldades encontradas no caminho não se restringem exclusivamente às condições geográficas do clima árido. Somente a certeza das coisas do porvir nos dá força para continuar a corrida para o alvo. O povo no deserto não tinha essa certeza e nós, por muitas vezes, vemos nossa fé, assim com a deles, abalada. O resultado disso é a saudade do Egito, saudade do velho homem em pecado, saudade, como vemos em Nm 11:5, dos peixes, dos pepinos, dos melões, dos alhos e das cebolas”.
Saiba que há um tempo determinado para todas as coisas (Ec 3), não sofra por antecipação, quando vier as mudanças, procure se adaptar a elas, não tenha medo dos desafios, muito menos da liberdade que temos em Cristo. Não volte ao “Egito”, por mais que as coisas possam parecer difíceis, Cristo já o capacitou para esse momento (1Co 10:13). “Não são os mais fortes da espécie que sobrevivem, nem os mais inteligentes, mas sim os que respondem melhor e mais rapidamente às mudanças” (Charles Darwin).

“Não temas as coisas que tens de sofrer. Eis que o diabo está para lançar em prisão alguns dentre vós, para serdes postos à prova, e tereis tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida”. Apocalipse 2:10
Ev. Elias Codinhoto

quinta-feira, 12 de junho de 2008

O Princípio da Sabedoria

“Aproximando-se os dias da morte de Davi, deu ele ordens a Salomão, seu filho, dizendo: Eu vou pelo caminho de todos os mortais. Coragem, pois, e sê homem!”
1 REIS 2:1-2

Ao lado do leito o filho aguardava atentamente as ultimas palavras do debilitado pai. Toda existência do monarca estaria contida naquelas palavras, eram seus últimos momentos com vida, suas ultimas palavras. O experiente rei Davi, homem segundo o coração de Deus, está prestes a realizar sua ultima missão, passar instruções decisivas ao sucessor do seu trono. Do governo de seu filho Salomão dependeria toda a nação de Israel. A Bíblia nos coloca exatamente naquele momento, dentro da intimidade de pai e filho, como se fossemos o próprio Salomão, sem nada impedir de nos apropriarmos daquelas palavras. Deus nos concede o mesmo direito daquele que foi considerado o homem mais sábio da terra. Se o conselho foi bom para o sucessor do trono, por que não seriam válidas para nós? – “Coragem, pois, e sê homem!” (1Rs 2:2b) essas foram as palavras de Davi. O rei não aconselhou que seu filho tivesse coragem para lutar grandes batalhas, conquistar muitas terras, dominar sobre muitos, mas, o conselho do velho pai foi: tenha coragem para ser homem! – O que significa ser homem?
As pessoas trazem incutida em suas mentes uma idéia distorcida do significado de “ser homem”. O mais comum é pensar na figura do “machão”, do tipo que não leva desaforo para casa, ou aquele que se arrisca fazendo coisas perigosas. Davi, porém, não se referia a ser homem segundo os padrões do mundo, e sim nos padrões de Deus. O que significa ser homem nos padrões de Deus? – Davi descreve esse padrão a Salomão: “Guarda os preceitos do Senhor, teu Deus, para andares nos seus caminhos, para guardares os seus estatutos, e os seus mandamentos, e os seus juízos, e os seus testemunhos, como está escrito na Lei de Moisés, para que prosperes em tudo quanto fizeres e por onde quer que fores” (1Rs 2:3); em outras palavras, Davi estava dizendo: “Deus está certo! Confie em seu cuidado, faça o que Ele diz, pois o Senhor te ama como ninguém jamais te amou, e sabe o que realmente precisa”. Paulo se referia a essa certeza do amor de Deus quando disse: “De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam” (Hb 11:6). A fé é a certeza que temos de que Deus está certo e não devemos questioná-lo, é acreditar piamente que quando Ele diz “não” para nós, é porque sabe que aquilo não nos fará bem, e para aquilo que diz “sim”, devemos investir todas nossas forças, pois no final perceberemos que vale a pena crer em Deus.
A tentação está relacionada à dúvida relativa à palavra de Deus, como o exemplo da tentação no Jardim do Éden, em que a serpente pergunta à mulher: “É assim que Deus disse: não comereis de toda árvore do jardim?” (Gn 3:1). Este versículo revela os estágios da tentação: O 1º é a curiosidade e a desconfiança que a serpente desperta em Eva, dizendo: “toda árvore do jardim”, e permite que a mulher a corrija: “Do fruto das árvores do jardim podemos comer, mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Dele não comereis, nem tocareis nele, para que não morrais” – novamente replica a serpente: “É certo que não morrereis”. O 2º estágio é passar a crer que Deus está errado – Portanto, o primeiro passo da serpente é lançar a dúvida, depois ela afirma contra a palavra de Deus. É dessa mesma forma que Satanás age nos dias de hoje em toda humanidade, colocando dúvidas de forma sutil em relação à integridade da Palavra de Deus, sua bondade, retidão e santidade, gerando assim nos corações dos seres humanos incredulidade, resultando em desobediência.
O sábio Salomão desprezou o conselho de seu pai e também o princípio do saber, revelado por Davi no Salmo 111:10a: “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria; revelam prudência todos os que o praticam”. O próprio Salomão reafirma esse princípio em Provérbios 1:7 “O temor do Senhor é o princípio do saber, mas os loucos desprezam a sabedoria e o ensino”, e outra vez em Provérbios 9:10 “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria, e o conhecimento do Santo é prudência”. Jesus, porém, andou fielmente nos mandamentos do Pai, Ele disse: “Eu nada posso fazer de mim mesmo; na forma por que ouço, julgo. O meu juízo é justo, porque não procuro a minha própria vontade, e sim a daquele que me enviou” (Jo 5:30). Jesus é fiel aos mandamentos de Deus, e assim pode afirmar: “E eis aqui está quem é maior do que Salomão” (Lc 11:31).
O segredo da sabedoria consiste em viver segundo os padrões do Pai, Deus está certo! Esta é a nossa confiança, e feliz será o homem que andar segundo esse princípio.

“Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; assim como também eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e no seu amor permaneço”
João 15:10

Ev. Elias Codinhoto

terça-feira, 3 de junho de 2008

Faça Valer a Pena!

Ora, Absalão, quando ainda vivia, tinha tomado e levantado para si uma coluna, que está no vale do rei, porque dizia: Filho nenhum tenho para conservar a memória do meu nome. E chamou aquela coluna pelo seu próprio nome; por isso até ao dia de hoje se chama o Pilar de Absalão.
2 Samuel 18:18

Desde a antiguidade o homem tem tentado de alguma maneira preservar a memória de seu nome sobre a terra, as grandes pirâmides são um exemplo disso, os faraós queriam tanto seus nomes preservados, que passavam a vida construindo monumentos para simbolizarem seus reinados, fortunas foram gastas e muitas pessoas morreram para que seus nomes fossem perpetuados. De certa forma todos nós queremos ser lembrados após nossa passagem por este mundo. Mas, de que maneira seremos lembrados?
Absalão, filho do rei Davi, tentou tomar o reinado de seu pai, e foi morto em uma batalha. Sem deixar descendente, a única coisa que ficou para sua memória foi uma coluna erguida por ele mesmo. Uma pedra fria e sem vida. Só temos uma oportunidade de passar por esta vida, se pensarmos bem, chegaremos à conclusão que por mais que vivamos aqui neste mundo, será apenas uma fagulha na eternidade. Até mesmo Matusalém, com seus novecentos e sessenta e nove anos (Gn 5:27), não passou de um minúsculo lampejo na história humana. Com todos nossos esforços, não conseguiremos deixar muito para posteridade. Somente um deixou uma herança para toda eternidade, pois mais de dois mil anos se passaram, e Ele ainda é a Luz do mundo, seu Nome ainda é Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz. Como disse o profeta Isaias: “Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer; e, como um de quem os homens escondem o rosto, era desprezado, e dele não fizemos caso. Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o Senhor fez cair sobre ele a iniqüidade de nós todos. Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca” (Is 53:3-7). Assim o Senhor Jesus passou por este mundo, deu a sua vida por todos nós, deixou-nos uma herança eterna e, a oportunidade de sermos feitos filhos de Deus. A pergunta é: como você tem vivido a sua vida?
Alguns anos atrás eu assisti ao filme O Resgate do Soldado Ryan. O filme conta a história de uma pequena tropa que enfrenta os inúmeros desafios da guerra para resgatar com vida o soldado James Ryan (Matt Damon), caçula de quatro irmãos, dentre os quais três morreram em combate. Ao capitão John Miller (Tom Hanks) e seus homens é designada a missão do resgate. Eles passam por todos os tipos de sacrifício, tudo para levar o rapaz de volta para sua mãe. Ryan, ao ser salvo pelos companheiros de batalha, para ser devolvido para a vida cotidiana normal fora do ambiente da guerra, recebeu como “instrução”, que deveria “merecer e fazer por merecer” o sacrifício da vida de outros soldados que morreram para enviá-lo para casa. “Mereça, mereça, faça por merecer!” - dizia o capitão Miller ao soldado Ryan pouco antes de morrer. E Ryan tentou viver para cumprir isso.
Sabemos que jamais faremos por merecer o que Cristo fez por nós, e nunca foi a intenção de Deus colocar esse peso sobre nós, por mais que nos esforcemos jamais nos tornaremos merecedores, como diz Romanos 5:8 “Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores”. O que esta mensagem propõe é que você “faça valer a pena”. Tenha consciência do que Jesus fez por todos nós, valorize sua vida, seus amigos, seus parentes... Afinal, você não precisa deixar nada para posteridade, Jesus já fez isso por nós. Fazer valer a pena é viver o presente, fazer alguém sorrir, não brigar por coisas simples, não negar ajuda a alguém que precise. Fazer valer a pena é fazer amigos, perdoar as ofensas, é se alegrar com as coisas simples. Fazer valer a pena é amar e ser amado, dar e saber receber, agradecer pela vida e aceitar a morte.
Romanos 12 expressa bem o que é fazer valer à pena: “Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros. No zelo, não sejais remissos; sede fervorosos de espírito, servindo ao Senhor; regozijai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, na oração, perseverantes; compartilhai as necessidades dos santos; praticai a hospitalidade; abençoai os que vos perseguem, abençoai e não amaldiçoeis. Alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que choram. Tende o mesmo sentimento uns para com os outros; em lugar de serdes orgulhosos, condescendei com o que é humilde; não sejais sábios aos vossos próprios olhos. Não torneis a ninguém mal por mal; esforçai-vos por fazer o bem perante todos os homens; se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens; não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira; porque está escrito: A mim me pertence a vingança; eu é que retribuirei, diz o Senhor. Pelo contrário, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça. Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem” (Rm 12:10-21).

O maior memorial que você pode deixar a alguém é a lembrança de momentos felizes, não deixe de vivê-los!


Ev. Elias G. Codinhoto.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Indiferença

Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca;
Apocalipse 3:16

Certa vez, chegando do trabalho, percebi que meus sentidos estavam aguçados, olhos e ouvidos estavam atentos aos pequenos detalhes do cotidiano. Assim que fechei a porta, senti meu coração batendo, quase podia ouvi-lo dentro de mim: “Tum-dum, Tum-dum, Tum-dum...”. Há muito tempo não sentia minhas pulsações, o corre-corre da vida nos empurra de um lado para o outro, de tal forma que nem nos lembramos ter órgãos internos. Percebia o barulho da louça sendo retirada da mesa, o tapete pendurado no muro da casa, após uma oportuna lavagem em um dia de sol. Podia sentir o cheiro de eucalipto do desinfetante no ar. Ao fundo, ouvia as crianças brincando, mesmo sem vê-las, conseguia imaginá-las dando cambalhotas na calçada da vizinha... Situações corriqueiras, que geralmente se tornam imperceptíveis.
Afinal, o que há de importante nisso? São apenas sons, imagens, cheiros, sensações... O que há de especial nisso? – Não percebe? É a vida! Sua vida!
Qual sua sensibilidade à vida? Todos sabem que Vida é tempo, cada minuto de existência... Isso é Vida! Sua vida!
Em seu poema “O Monstro da indiferença”, Otto Lara Resende descreve: “de tanto ver, você não vê [...] o hábito suja os olhos e lhe baixa a voltagem [...] Há pai que nunca viu o próprio filho, marido que nunca viu a própria mulher [...] Nossos olhos se gastam no dia-a-dia. É por aí que se instala o monstro da indiferença”.
Jesus nos alerta a esse respeito - Uma pequena semente que cai e é sufocada entre espinhos. Na verdade foram três “espinhos”: preocupações, riquezas e prazeres da vida (Lc 8:14). Coisas comuns, o cotidiano de qualquer ser humano, muitas vezes imperceptível, no entanto, vão formando uma espécie de crosta sobre nossos sentidos, nos tornando indiferentes com tudo e com todos a nossa volta. O pai, preocupado com seus afazeres, não dá mais atenção a voz do filho, não percebe a esposa que se preparou especialmente para recebê-lo, nem mesmo sente o sabor do jantar que foi servido.
Há quanto tempo não observa as nuvens? Os pássaros? As flores? Os sons? – E quanto às pessoas a sua volta, estão tristes? Alegres?... – Tem certeza que está vivo?
Como disse o poeta: “de tanto ver, você não vê”, as coisas se tornaram tão comuns que já não damos atenção. A mesma vizinhança, os mesmos amigos, o mesmo serviço, a mesma família, o mesmo Deus... Op’s!? – Será que podemos fazer de Deus algo comum para nós? – Deus sabe que sim, por isso deixou este mandamento: “Não tomarás o nome do SENHOR, teu Deus, em vão, porque o SENHOR não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão” (Ex 20:7 e Dt 5:11). Tornar vão é fazer comum, sem importância. Deus sabia que por muito se repetir, ou usar seu Nome em qualquer situação, poderíamos torná-lo comum para nós. Para alguns, ser cristão se tornou comum, perdeu o sentido, como se estivesse em piloto automático, vai aos cultos, lê a Bíblia, faz orações... Mas não há sentimento nisso, perdeu o brilho, deixou o primeiro amor (Ap 2:4). “Tornas vão o temor de Deus e diminuis a devoção a ele devida” (Jó 15:4). O apóstolo Paulo nos adverte em 2 Coríntios 6:1: “E nós, na qualidade de cooperadores com ele, também vos exortamos a que não recebais em vão a graça de Deus”.
Não seja indiferente! Aprecie cada segundo de sua vida, valorize as pessoas a sua volta, olhe nos olhos, ouça, veja, sinta. Não vá a igreja só por ir, esteja atento, creia que Deus falará com você! Afinal: “tudo é possível ao que crê” (Mc 9:23).

“O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância” (João 10:10).

Juliana e Elias Codinhoto.

quarta-feira, 26 de março de 2008

O CAPÍTULO OITO

“Disse Moisés: Esta coisa que o SENHOR ordenou fareis; e a glória do SENHOR vos aparecerá” (Lv 9:6)

Os sete primeiros capítulos do livro de Levítico trazem instruções teóricas e bem detalhadas de como fazer os sacrifícios ao Senhor. Encontramos nesses capítulos, rituais que eram necessários para purificação do homem. Porém, o capitulo oito tem algo diferente, ele começa como alguns dos outros: “Falou mais o Senhor a Moisés...”, nele encontraremos o mesmo assunto dos capítulos anteriores e, se não prestarmos atenção, um detalhe pode passar despercebido, pois é algo bem sutil. Ao atentarmos para ele, veremos que o capítulo oito é bem diferente dos demais, o que antes era apenas teoria se torna prática. Como diz em Tiago 1:22: “Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos”. Em Mateus 7:21-23 a responsabilidade aumenta, o compromisso prático é visto por Deus de maneira decisiva: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus...”.
Muitos levam a vida sem um compromisso prático com Deus, mas, Jesus os encara de frente: “Por que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que vos mando?” (Lc 6:46). Não nos basta ter o conhecimento, é preciso pô-lo em prática para alcançar êxito, conforme nos exorta o Senhor: “Ora, se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as praticardes” (João 13:17). Esse princípio se aplica também as promessas de Deus em nossas vidas, temos que pô-las em prática.
Algumas pessoas passam a vida orando e pedindo bênçãos a Deus, mas não dão um único passo de fé para serem atendidos. Veja bem, a palavra “oração” já trás em si mesma uma importante instrução, “or-a-ção”, ora + ação, é oração e ação. Quando leio Atos 3, não posso deixar de meditar no seguinte, não bastavam às palavras do apostolo Pedro: “Não possuo nem prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda!”. Foi preciso uma ação prática daquele homem coxo de nascença, ele precisou acreditar que era possível ficar em pé mesmo tendo passado toda vida se rastejando no chão. Veja bem, creio perfeitamente que bastava a fé do apóstolo para a cura do coxo, mas, foi uma atitude prática que o colocou de pé, pois sem essa ação, poderia ter passado o resto da vida se rastejando, mesmo já estando curado. Assim também, muitas pessoas hoje se rastejam por falta de um posicionamento correto, por falta de ação prática. As promessas de Deus são verdadeiras, se seguirmos seus sábios conselhos passaremos da morte para vida (João 5:24).
Jesus compara o homem que pratica seus mandamentos a uma casa bem construída, alicerçada sobre a rocha e que não pode ser abalada pelas tempestades da vida (Lc 6:47-48).
Em outra ocasião, uma mulher, que estava entre a multidão lhe disse: “Bem-aventurada aquela que te concebeu, e os seios que te amamentaram!”. Jesus, porém, respondeu: “Antes, bem-aventurados são os que ouvem a palavra de Deus e a guardam!” (Lc 11:27-28). Existe, sem duvidas, muitas bênçãos em obedecer ao Senhor, em praticar seus mandamentos, em viver suas promessas. Conforme Deuteronômio 7:12-16: “... Ele te amará, e te abençoará, e te fará multiplicar; também abençoará os teus filhos, e o fruto da tua terra, e o teu cereal, e o teu vinho, e o teu azeite, e as crias das tuas vacas e das tuas ovelhas, na terra que, sob juramento a teus pais, prometeu dar-te. Bendito serás mais do que todos os povos; não haverá entre ti nem homem, nem mulher estéril, nem entre os teus animais. O Senhor afastará de ti toda enfermidade; sobre ti não porá nenhuma das doenças...”, outras bênçãos estão contidas no capítulo 28 e se estendem por toda a Bíblia. “Porque os simples ouvidores da lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados” (Rm 2:13). A prática diária mostrará de quem somos filhos (3João 1:11) e qual é a nossa família (Lc 8:21).

Não se prenda ao conhecimento vazio, ou mesmo ao não saber, viva hoje na prática as promessas de Deus para sua vida.

“Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento” (Filipenses 4:8)

“E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai” (Colossenses 3:17)


Ev. Elias G. Codinhoto

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Toque no Mar

“E tu, levanta o teu bordão, estende a mão sobre o mar e divide-o, para que os filhos de Israel passem pelo meio do mar em seco”. (Êxodo 14:16)


Uma mãe sentada amamenta seu bebê, enquanto o marido arruma a tenda para passarem a noite, foi um dia muito cansativo, eles acordaram muito cedo, antes mesmo de se levedar a massa para os pães, saíram apreçados rumo ao deserto, levando consigo tudo quanto podiam carregar. A multidão estava espalhada por toda a praia, todos se preparavam para acampar ali. Um menino se aproxima com um feixe de lenha e entrega-o ao pai, que apressadamente prepara a fogueira.
Por toda parte a cena era quase a mesma, todos se aprontavam para descansar. Foi quando se ouviu o soar da buzina. Todos os olhares se voltaram em direção à sentinela no alto do morro, que apontava desesperado para direção do Egito. Então, quase que numa sincronia perfeita, todos olharam naquela direção. O som do sussurro de espanto foi reproduzido por milhares de vozes, ressoando quase como um estrondo. Todos ficaram imóveis, o frio da adrenalina percorreu rapidamente seus corpos. Pareciam ter caído em uma grande cilada, a sua volta estavam os montes, à frente o grande Mar Vermelho e, ao seu encalço, o inimigo, aquele que parecia ter sido derrotado pelos grandes sinais e maravilhas realizadas no Egito.
Egito, um lugar que serviu de abrigo no tempo da escassez, e que mais tarde se tornou uma prisão para os filhos de Israel. Muitos buscam abrigo ali, muitos fogem para se esconder lá.
Para nós, o Egito representa o passado, uma vida fora da graça, vida mundana. Para alguns, isso representa as orgias, para outros as drogas, o sexo ilícito, o roubo, uma vida de crimes, desavenças conjugais, o homossexualismo, o adultério, a pornografia, entre outras formas de pecados; o amor às riquezas, uma vida centrada em si mesmo, prisões que só vemos com olhos espirituais.
Esse “Egito”, ou essa vida que levávamos, ainda quer se levantar tentando nos amedrontar, querendo dizer que não podemos escapar de seu domínio, como se o Deus que nos libertou não fosse capaz de nos conduzir às promessas. Mas as Sagradas Letras nos dizem: “Tendo por certo isto mesmo: que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao Dia de Jesus Cristo” (Fl 1:6). Veja o que diz em Hebreus 13:20-21:
“Ora, o Deus de paz, que pelo sangue do concerto eterno tornou a trazer dos mortos a nosso Senhor Jesus Cristo, grande Pastor das ovelhas, vos aperfeiçoe em toda a boa obra, para fazerdes a sua vontade, operando em vós o que perante ele é agradável por Cristo Jesus, ao qual seja glória para todo o sempre. Amém!”
Ou seja, Deus está contigo, capacitando-o a cada dia, para que você prossiga em direção às suas promessas.
– Mas, como prosseguir se estou parado entre o mar, os montes e o inimigo?
– Então chegou à hora de você tocar no mar.
– Mas por que no mar?
– Bem! Ir para os montes significa mudar de direção, sair do caminho que Deus estabeleceu para você, é seguir por seus próprios caminhos, é dar atenção aos conselhos daqueles que não foram iluminados pela palavra. Esse caminho é montanhoso e escorregadio, a princípio parece ser a melhor opção, ou talvez a única, pois se tenho um mar à minha frente e o inimigo me persegue, por que não mudar de direção?
– Porque quando chegar aos montes verá que eles são intransponíveis, e sofrerá para voltar onde estava. Já dizia o salmista:
“Elevo os olhos para os montes: de onde me virá o socorro? O meu socorro vem do Senhor, que fez o céu e a terra.” (Sl 121:1-2).
O outro pensamento que costuma nos vir à mente é o de voltar ao “Egito”, pois quando estamos de frente ao mar, parece que nossa vida antiga era melhor do que o viver na graça. Lembramos-nos dos “privilégios” que tínhamos, dos “amigos”, dos “prazeres”... Mas, voltar ao Egito significa se render ao inimigo e, confiar em alguém que tem como objetivo principal roubar, matar e destruir (Jo 10:10). A melhor opção é tocar no mar.
– Como assim? Como o tocar no mar me ajudará?
– Tocar no mar significa permanecer na direção que Jesus está nos conduzindo, significa confiar inteiramente nas promessas de Deus para sua vida, mesmo se surgirem obstáculos, é por esse caminho que deverás seguir. Tocar no mar é ter uma atitude de fé!
– Por que você parou?
– Deus não te disse que era tempo de parar, Ele não te mandou descansar.
– Mas sugiram obstáculos!
– Não importa, a ordem de Deus é: “continue a marchar!”.
– Mas e o mar?
– O mar está aí porque Deus permitiu, não é Ele que te conduz? Tocar no mar é um passo de fé, é o mesmo que Deus propôs a Josué:
“porque há de acontecer que, assim que as plantas dos pés dos sacerdotes que levam a arca do Senhor, o Senhor de toda a terra, pousem nas águas do Jordão, serão elas cortadas, a saber, as que vêm de cima, e se amontoarão” (Js 3:13).
Ou seja, continue na direção das promessas do Senhor, tendo como base a sua palavra que é luz para nossos caminhos (Sl 119:105). O mar só se abrirá quando você tocar nele, quando você decidir confiar no Senhor e seguir por seus caminhos eternos.
“Disse o Senhor a Moisés: Por que clamas a mim? Dize aos filhos de Israel que marchem” (Ex 14:15).
A palavra nos diz, que depois que Moisés estendeu a mão sobre o mar, um forte vento soprou toda aquela noite (Ex 14:21). Talvez a solução não venha instantaneamente após o toque no mar, ou após se posicionar no caminho correto, mas você sentirá imediatamente o soprar do Espírito Santo sobre sua vida, diz assim o Salmo 30:5
“A sua ira dura só um momento, mas a sua bondade é para a vida toda. O choro pode durar a noite inteira, mas de manhã vem a alegria” (NTLH).

Tenha coragem! Levante-se e toque o mar. O Senhor é quem está à sua frente!

Ev. Elias G. Codinhoto.